Por Cléber Ramos

A interação entre indústria, governo e universidade é a chave para a inovação e o crescimento em uma economia baseada no conhecimento.

A universidade é o princípio gerador das sociedades fundadas no conhecimento, assim como o governo e a indústria são as instituições primárias na sociedade industrial. A indústria permanece como o ator-chave e lócus de produção, sendo o governo a fonte de relações contratuais que garantem interações estáveis e o intercâmbio. A vantagem competitiva da universidade em relação a outras instituições de produção do conhecimento são seus estudantes. O fluxo de admissão e graduação de alunos traz o aporte de novas idéias, em contraste com as unidades de pesquisa e desenvolvimento de laboratórios de empresas e de governo, que tendem a se ossificar, perdendo o “fluxo de capital humano” que é construído na universidade.

Nesse contexto, a universidade assume o papel da indústria ao estimular o desenvolvimento de novas empresas a partir da pesquisa, introduzindo a “capitalização do conhecimento” como uma meta acadêmica.

Pergunto: Será que a universidade está perdendo seu tradicional papel e sua independência ao se tornar mais intimamente envolvida, e presumivelmente subordinada, à indústria e ao governo? Ou está obtendo um nível mais alto de status e de influência na sociedade, aumentando, portanto, sua independência, ao assumir um papel mais central na sociedade, por meio de sua contribuição para a inovação?

Tudo isso é abordado na teoria The Triple Helix de autoria do historiador e doutor em sociologia Henry Etzkowitz, que define a Hélice Tríplice – um dispositivo físico criado na Mesopotâmia utilizado para levar água de um nível a outro, base de uma inovação agrícola no sistema hidráulico da época, como sendo, nos dias atuais, um sistema de interações entre Universidade-Indústria-Governo que levaram às empresas de capital de risco às incubadoras e ao parque científico.

Leiam o livro Hélice Tríplice (editora PUCRS).
Eu já tenho o meu autografado!